Estreia a 9 de Setembro de 2004 | Teatro Camões, Lisboa
Desafia a Repetição, a Ordem, a Lógica
Mergulhar na repetição sobre o não óbvio, um confronto com as impossibilidades e deixar a ordem propor as regras para as poder requebrar, renegando a previsibilidade.
Descobrir a lógica dos instintos e perder os sentidos para que seja sempre possível começar de novo.
Encontrar na banalidade valores ocultos, pela obsessão repetida de objectos, acções, palavras. Poder tornar ao princípio, reaparecer, repisar sem cair na perdição do vazio, afastando inutilidades.
Saber que a ordem é o único percurso possível para o caos e esbarrar com o absurdo no comum e vulgar.
Redescobrir o sentido das coisas simples, das pessoas, da rotina de um estar orgânico mostrando que o contraditório conduz a consequências falsas.
Chegar a um limite. Uma verdade. Uma vontade desmedida, algo de desmesurado. Desmesuradamente contido mas fora do controle. Nada de complicado. Simples. Sempre muito simples.
Desarrumado, com tudo no sítio. o sítio das coisas, não o certo, mas o necessário.
Despir-se de si e perder-se num mundo de ilusões, mentindo descaradamente ao vasculhar nas intenções para criar tenções, sem corpo nem verdade, nem sequer ilusão, apenas fantasmas de mentiras.
Reflectir sobre a vida oca por fora e por dentro para que o conforto e a tranquilidade não passem de enganosas e falsas pistas.
Conversar em monólogos e duvidar se conversámos realmente ou se imaginámos totalmente a conversa.
Fazer magia sem truques.
Olga Roriz, 18 Maio 2004