Estreia a 28 de Janeiro de 2010 – Teatro Camões, Lisboa | Coprodução: Teatro Nacional S. João, OPART
A minha Electra
É uma mulher que não pensa nem sente. Ela tortura-se, obriga-se, anula-se…
Castiga-se a passar o tempo congeminando uma nova forma de agir, de estar, de se lamentar, de se preparar, de lutar,… de jamais se esquecer.
Não há resignação, não há desistência, apenas por vezes uma espécie de falso e tranquilo abandono.
Ela mostra sem pudor a sua força e a sua fraqueza, a sua nobreza e a sua humilhação.
Ela é uma mulher assustadoramente presente na sua ausência.
Os seus olhares para o exterior de si são os únicos indicativos da sua espera onde o tempo não existe.
Ela nunca se expõe, apenas se dispõe.
Olga Roriz. 24 Novembro 2009.