Estreia a 22 de Julho de 2000 – FESTIVAL CITEMOR, Montemor-o-Velho | Coprodução: CITEMOR 2000

…“Se eu ao menos pudesse calar-me como se fosse o próprio silêncio.
Como se o silêncio soubesse mais do que eu. Não!
Preferia morrer de tédio.”…
Quero silêncio! A distância… As saudades… Já esqueceste?
Tudo me dói e há tanto tempo. Um monte de dores. Uma lixeira.”…
…”Amo-te… Amo-te desde que te vi pela primeira vez. Não pude evitar.
O amor nasce assim. Às vezes, só num olhar. Não se
pode resistir à felicidade.”…
…”A mim, nunca me contaram nada.
Por isso, eu calei-me. Calei-me até sentir essa pancada na nuca que me fez vomitar.”…
…”Nem um vislumbre de idealismo. Partilhar já não serve de nada.
Vocês, são-me completamente indiferentes!…
…”Estamos a morrer, não estamos? Mas se temos de morrer, que seja depressa!…

Olga Roriz
. Fevereiro 2000..

Direção
Olga Roriz
Interpretação
(2000/2014) Olga Roriz
(2015/…) Marta Lobato Faria
Paisagem sonora
António Viegas
Texto e Voz Off
Olga Roriz
Cenário
Paulo Reis e Olga Roriz
Figurino
Mariana Sá Nogueira
Desenho de luz
Clemente Cuba
Apoio dramatúrgico e ensaios
Paulo Reis
Vídeo e selecção de imagem
Olga Roriz e Paulo Reis
Montagem
Bruno Parrinha
Imagens de arquivo
S.I.C.

Premiere on July 22, 2000 | FESTIVAL CITEMOR, Montemor-o-Velho
Coproduction: CITEMOR 2000

“Os Olhos de Gulay Cabbar” (The eyes of Gulay Cabbar) is not only about a real life event during an accident in Turkey, nor only about the odd and cruel way the media report news in such a cold and unremarkable fashion that it becomes something trivial.

This solo is, as it journeys and reaches its end, about love, life and death. Not this woman’s journey, but through her eyes, through her gestures, through her omnipresent voice, through what she hides and reveals.

Her speech, as brazen as it is absent, is fragmented, representing scattered memories. Words are launched like spears so subtly as if there is nothing to fear.

… “If I only could keep silent as if I were the silence itself. As if the silence knew more than me. But, no! I would rather die of boredom.”…
I long for silence! Distance… longing… have you forgotten already?
I ache and have done so for a long time. Unquestionable pain. A rubbish heap.”…
…“I love you… I have loved you ever since I set my eyes on you. It was unavoidable. Love blossoms just like this; sometimes, just a glance. Resisting happiness is futile.”…
…“No one told me anything, so I kept quiet… I kept my silence for a very long time. I stayed quiet until I felt that punch in the back of my neck, so hard that it made me vomit.”…
…“Not even a glimpse of idealism. Sharing has lost its meaning.
You all mean nothing to me!”…
…“We are dying, aren’t we? But if we have to die, it had better be fast!”…


Olga Roriz | February, 2000