Estreia a 25 de Dezembro de 1989 – Rennes, França
Coprodução: ACARTE, Carrefour de Régions d’Europe
Remontagem 2004 – Museu do Carro Eléctrico, Porto
Coprodução: Teatro Nacional de S. João
*Dedico esta reposição à memória de Catarina Baleiras
No jardim da casa do mar. Ela espera. Avança e logo pára. Ela não pára nunca. Ela embate contra os muros metálicos do jardim. Ela quer ficar só até que o tempo passe. Ela recua até ao princípio do caminho e depois recomeça. Avança na direção da casa. Ela escuta. Ela deixa-se estar na escuta dos passos sobre o mar. Ela não olha as duas mulheres que se tocam. Ela inventa. As mulheres olham-na. Esperam. Elas vêm os jogos que ela se faz inventar para não parar nunca. Ela foge e depois pára. Ela deixa-se ver. O cheiro da chuva mistura-se com o cheiro do mar. Ela recomeça.
Olga Roriz, Março 1990
Direção, interpretação e seleção musical
Olga Roriz
Participação de:
Nádia Lauro e Frederic Vaillant
Rennes (Centro Cultural) 1989
Carlota Lagido e Francisco Pedro
Lisboa (Jardim do Tabaco) 1990
Suzana Queiroz e Índio Queiroz
Porto (Museu do Carro Eléctrico) 2004
Catarina Câmara e Pedro Santiago Cal
Lisboa (Teatro Camões) 2004
Banda sonora
Xenakis, John Cage, Istvan Marta, Vivaldi, Nina Hagen, Kurt Weill
Escultura e pintura
Catarina Baleiras
Figurino
Olga Roriz
Luzes
Olga Roriz, Celestino Verdades
Assistente da direcção
Pedro Santiago Cal
Pós-produção banda sonora
Jorge Gonçalves
Diretor de produção
Pedro Quaresma
Produtor executivo
José Madeira
Premiere on December 25, 1989 at Rennes, França, Revival 2004 – Museu do Carro Eléctrico, Porto
*I dedicate this revival to Catarina Baleira’s memory.
In the garden of the house by the sea. She waits. She moves forward and suddenly stops. She never stops. She crashes against the metal walls of the garden. She wants to be alone until time passes. She retreats to the start of the path and then goes back to the beginning. She moves towards the house. She listens. She lets herself listen to footsteps over the sea. She does not look at the two women touching each other. She conjures something up. The women look at her. They wait. They watch the games she forces herself invent so she never has to stop. She runs away and then stops. She lets herself be seen. The smell of rain mixes with the smell of the sea. She starts over.
Olga Roriz | March, 1990