Estreia a 14 de Outubro de 2005 | Teatro Municipal de Faro
A volúpia de um repouso total no odor da menina que colecionou beijos,
lábios, dentes, de mamilos ao vento e saltos altos cheios de sorrisos e suspiros.
A luta sublime – touché direito ao coração, direito ao pé esquerdo.
Conversas sem fim sobre as palmas das mãos embriagadas de cartas de amor.
A recordação dos homens que apalpam o batimento das ondas com o desejo excessivo das manhãs adormecidas sem segredos.
A casualidade de um vestido de noite maquiado de ciúme que brinda ao tempo
a passar com o seu olhar cego e perfumado.
As flores e os presentes confessados que se afastam num palpitar curioso
de um pulso de mulher.
Os príncipes protegidos pela música que estremece contra as paredes inquietas
da infância.
E esse veludo carmesim, que se desfaz, colado ao espelho do batom que gira à volta das nossas loucuras.
Olga Roriz. 2 Março 2005.
Coprodução
Teatro Municipal de Faro
Centro Cultural de Belém-Fundação das Descobertas
Direção e seleção musical
Olga Roriz
Intérpretes
Catarina Câmara, Maria Cerveira, Paulina Santos, Sylvia Rijmer,
Félix Lozano, Pedro Santiago Cal, Rui Pinto
Música
Gustav Mahler, Edward Grieg, Kimmo Pohjonen,
Pink Martini, Sílvio Rodriguez e Rodrigo Leão,
Cinema dub Monks, Arvo Pärt
Cenário
Pedro Santiago Cal
Figurinos
Olga Roriz
Desenho de luzes
Cristina Piedade
Desenho de som
Sérgio Milhano
Texto
Olga Roriz e Catarina Câmara
Montagem e operador de luz
Celestino Verdades
Assistente da direcção (estágio)
Rita Calçada
Execução do cenário
João Pedro Rodrigues
Aderecista
Élio Antunes
Costureira
Fátima Ruela
Chapéu
Raul Boino
Fotografia
Rodrigo César
Captação vídeo
Marco Arantes
Diretor de produção
Pedro Quaresma
Produtor executivo
José Madeira
Premiere on the October 14, 2005 at the Teatro das Figuras-Faro
The embracing rest found in the fragrance of the girl who collected kisses, lips, teeth, nipples exposed to the wind in great jumps filled with smiles and sighs.
The sublime struggle – ‘touché’ with a strike to the heart, and one to the left foot.
Endless conversation about the palms of hands intoxicated with love letters,
Remembering men who felt the battering waves, yearning for lazy mornings without secrets.
The events initiated by an evening gown masked in jealousy that hails the passing time with its blind, perfumed gaze.
The flowers and presents bestowed yet pushed away in the suspicious beating of a woman’s pulse.
The princes protected by music that reverberates against the restless walls of childhood.
And this crimson velvet that unravels, glued to the pocket mirror that revolves around our follies.
Olga Roriz | March 2nd, 2005