Estreia a 14 de Outubro de 2005 | Teatro Municipal de Faro
A volúpia de um repouso total no odor da menina que colecionou beijos,
lábios, dentes, de mamilos ao vento e saltos altos cheios de sorrisos e suspiros.
A luta sublime – touché direito ao coração, direito ao pé esquerdo.
Conversas sem fim sobre as palmas das mãos embriagadas de cartas de amor.
A recordação dos homens que apalpam o batimento das ondas com o desejo excessivo das manhãs adormecidas sem segredos.
A casualidade de um vestido de noite maquiado de ciúme que brinda ao tempo
a passar com o seu olhar cego e perfumado.
As flores e os presentes confessados que se afastam num palpitar curioso
de um pulso de mulher.
Os príncipes protegidos pela música que estremece contra as paredes inquietas
da infância.
E esse veludo carmesim, que se desfaz, colado ao espelho do batom que gira à volta das nossas loucuras.
Olga Roriz. 2 Março 2005.