Estreia a 26 de Junho de 1996 | Teatro Nacional S. João, Porto
Coprodução: Teatro Nacional de S. João, Fundação das Descobertas

Sobre o Corpo
Propriedade Privada é construída de uma matéria espessa proveniente da mistura de cimento, desejo, sonhos passados, mentiras, cal, jogos perversos, dor, uma câmara escondida, àgua, tempo que passa, sangue e perigo eminente. – Olga Roriz

Sobre a Alma
«A alma já está farta de ficar confinada dentro de uma caixa, com orelhas e olhos do tamanho de moedas, feito de pele – só cicatrizes – cobrindo um esqueleto.»
– Arseni Tarkovsky

Sobre o Crime
O crime é sermos demasiado pequenos ou demasiado grandes, é trairmos as nossas vontades, é esquecer quem somos e o que fazemos. O crime é esquecer a maldade, a doença e a fome. O crime é vestirmos seda sobre corpos de pedra, é virarmos a cara para não ver. O crime é também não chorar, não sofrer, não ter medo de morrer, de deixar morrer. – Olga Roriz


Propriedade Privada

“Propriedade Privada é antes construída sobre as fissuras da existência humana, sobre finos interstícios que a todo o momento se podem rasgar em fendas profundas e nos quais arriscamos a cair vertiginosamente.”
Maria José Fazenda, jornal Público, 9 de setembro de 1996

Remontagem 2015 – Centro Cultural de Belém, Lisboa
Estreado em 1996 em homenagem aos 100 Anos do Cinema, politicamente incorreto, agressivo, provocador, Propriedade Privada, há muito que é uma peça à espera de ser revisitada. A falta dos seus intérpretes originais sempre me desacreditou da sua funcionalidade. 19 anos passados e tudo se transforma, se justifica, se deseja.
Nada me dará mais prazer neste ano em festa do que revisitar com um elenco renovado esta peça icónica.

Olga Roriz


Download >> Dossier de Imprensa

Direção
Olga Roriz
Intérpretes (1996)
Sónia Aragão, Carla Ribeiro, Lina Santos, Suzana Queiroz,
Ludger Lamers, Fabrizio Pazzaglia, Luis Carolino
Colagem musical
Ludger Lamers
Músicas
Harold Budd, Gustav Mahler, Towering of Inferno,
Jean Françaix, Jacques Brel, Monty Phyten, Pascal Comelade
Cenário
João Mendes Ribeiro
Figurinos
Olga Roriz
Desenho de luz
Clemente Cuba
Apoio dramatúrgico
João Carneiro
Apoio vocal
Luis Madureira
Construção do cenário
Luciano Silveira
Diretora de produção
Maria José Sequeira
Produtora executiva
Sandra Faria
Remontagem 2015
Intérpretes
Beatriz Valentim, Carla Ribeiro, Marta Lobato Faria,
Sylvia Rijmer, Bruno Alexandre, André de Campos, Bruno Alves
Voz off (lista cronológica)
Paulo Reis
Assistência à remontagem
Paulo Reis
Apoio vocal
Luís Madureira
Coordenação técnica e operação de luz
Manuel Alão
Reconstrução do cenário
Luciano Silveira e André Bessa
Assistente de adereços e figurinos
Maria Ribeiro
Assistente de cenografia
Miguel Justino
Reconstituição da banda sonora
João Rapozo
Remasterização áudio
Sérgio Milhano
Assessor da direção
Paulo Reis
Produção executiva e digressões
Vasco Macide
Secretariado e produção
Teresa Brito

Premiere on July 26, 1996 at Teatro Nacional S. João, Porto
Coproduction: Teatro Nacional de S. João, Fundação das Descobertas

About the Body
Private Property is built with a dense matter, a mixture of cement, desire, past dreams, lies, chalk, wicked games, pain, a hidden camera, water, passing time, blood and impending danger. – Olga Roriz

About the Soul
“The soul is tired of being confined to a box, with ears and eyes the size of coins, made of skin – nothing but scars – covering a skeleton.” – Arseny Tarkovsky

About the Crime
The crime is being too small or too big, betraying our wishes and forgetting who we are and what we do. The crime is forgetting wickedness, disease, and hunger; shrouding stone statues in silk and turning our backs. Not weeping, not suffering, not being afraid of dying or letting something or someone go. – Olga Roriz