Estreia a 13 de Dezembro de 1995 | Centro Cultural de Belém, Lisboa
Já não há infinitamente grande em parte nenhuma, excepto dentro de nós.
É preciso que cada passo que damos, cada portão de embarque que passamos,
cada rua e rio que atravessamos nos distraia em vez de nos prender. É necessário
bloquear a memória e os sentimentos, usando a velocidade do vento, os pés que
andam, as paisagens que passam, para ir.
Ir sempre, ir contra tudo o que nos quer fazer voltar, ir contra a obrigação, ir
contra a memória, ir contra a saudade, ir contra o reconhecimento.
É preciso praticar a política da terra queimada da memória, queimar os barcos e
todas as pontes. Mas não só por detrás de nós, também pela frente. Ir sim, mas
para não ir a lado nenhum, porque todos os lados são o mesmo lado.
Viajemos pois… como se pudéssemos ter outro destino senão a abertura do
horizonte ou o fim do arco-íris.
Paulo Varela Gomes | Outubro de 1994
Direção/Direction
Olga Roriz
Intérpretes/Performers
Carla Ribeiro, Lina Santos, Sónia Aragão, Janis Pearson, Suzana Queiroz, Ludger Lamers, Luís Carolino, Fabrizio Pazzaglia, António Tavares, Luís Caboco
Música/Music
Carlos Zíngaro
Espaço cénico/Scenography
Carlos Nogueira
Figurinos/Costumes
Olga Roriz e Carlos Nogueira
Desenho de luz/Light design Clemente Cuba
Montagem e operação de luz/Light setup and operation Clemente Cuba
Montagem e operação de som/Sound setup and operation Equipa do CCB
Direcção de cena/Stage direction
Olga Roriz